terça-feira, 1 de junho de 2010

Semana "PABLO NERUDA" ( III)


 Pablo Neruda nasceu em 14 de Julho de 1904, tendo sido registado como Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Era filho de um operário ferroviário, e de uma professora primária que morreu quando o filho tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adoptou o pseudónimo de Pablo Neruda devido à sua admiração pelo escritor checo Jan Neruda. O pseudónimo tornou-se seu nome legal, após modificação do nome civil. Publicou os seus primeiros versos com apenas treze anos. Em 1921 radicou-se em Santiago do Chile, onde estudou pedagogia. Publicou então os seus primeiros livro se poesia e obteve os primeiros prémios como poeta. Em 1927 começou sua longa carreira como diplomata que o levou a muitas partes do mundo. Estava em Espanha quando, em 1936, rebentou a Guerra Civil. Neruda escreveu “Espanha no coração” e foi destituído do cargo consular que ocupava. Em 1945 foi eleito senador e foi distinguido com o Prémio Nacional de Literatura. Em 1950 publicou “Canto Geral”, em que sua poesia adoptou a acentuação social, ética e política que tanto a caracterizou. Em 1994 no filme “O Carteiro de Pablo Neruda” foi contada a sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. Nesta obra de ficção, a acção foi transposta para a Itália, onde Neruda se teria exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pedia que o ensinasse a escrever versos, para poder conquistar uma bonita moça do povoado.
Nos anos setenta foi apresentado como candidato à Presidência da República. Desistiu para que Allende pudesse vencer, pois ambos acreditavam que, com o socialismo, pudesse existir uma situação mais próspera e mais justa no Chile.

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero.
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

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