quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pensar e trabalhar

Pensar é o trabalho mais árduo que existe. Talvez seja a razão pela qual há tão poucas pessoas a fazê-lo!
Henry Ford (1863 – 1947)

Frase lapidar, a deste pai da indústria automóvel, na sua capacidade de sintetizar, em tão poucas palavras, uma verdade tão grande quanto prenhe de interesse. Os mais destituídos de instrução tendem a pensar que só o esforço físico é verdadeiro trabalho. Não têm consciência de que, enquanto o esforço físico se resume ao uso da força muscular, o trabalho de pensar exige capacidade intelectual de bom nível, conhecimento desenvolvido dos assuntos pensados, elevada competência para chegar a ideias que sirvam de base para a explicação das coisas ou para a acção.
A prova está na rapidez com que o esforço físico pode ser reposto através do repouso e da maneira como o trabalho de pensar pode, em casos extremos, levar a níveis dificilmente recuperáveis de esgotamento.
Claro que o trabalho de pensar ao mais alto nível só é possível para os que alcançam um elevado patamar de competência intelectual. A maioria das pessoas conseguem apenas cogitar sobre os factos simples e directos que respeitam à sequência rotineira de acontecimentos em que consiste o seu quotidiano viver.

sábado, 23 de maio de 2009

A calúnia

A calúnia é um vício curioso: tentar matá-la fá-la viver;
deixá-la tranquila, leva-a a morrer de morte natural.
Thomas Paine (1737 – 1809)

Tenho dificuldade em aceitar como certa no seu significado esta afirmação. O conteúdo desta frase enquanto pensamento e juízo crítico, incide sobre o que considero um dos mais odiosos e hediondos comportamentos humanos.
A calúnia é construída para que pareça verdade o que se congeminou na consciência plena de que se trata de uma invenção mentirosa. É posta a circular com objectivos ou estúpidos ou nefastos, de forma a gerar o pânico, influenciar atitudes ou ferir a honra, o carácter, a idoneidade, a credibilidade ou a integridade moral de uma ou de várias pessoas, grupos de pessoas ou instituições.
Uma vez posta em marcha, torna-se muito difícil desactivá-la porque haverá sempre tolos e ingénuos, de pensamento primário e pouco crítico, para a aceitarem e se tornarem seus repetidores, promovendo a sua difusão. Apesar disso devemos procurar combatê-la, recorrendo a provas que permitam desmacará-la, tentando desmontar os seus processos e intenções.
A verdade é que não é seguro que todas morram de morte natural. Algumas tornam-se tão persistentes que, mesmo quando já estão esquecidas, persistem os efeitos nefastos, dos prejuízos e das injustiças que provocaram.
Há uma forma simples, certa e segura para combater a calúnia: recusar firmemente repetí-la para evitar a sua propagação.

terça-feira, 19 de maio de 2009

O medo do erro


“O maior erro que um homem pode cometer é viver com medo de cometer um erro.”
W.S. Hebbard (1863 – 1930)

Por que ao contrário do que alguns parecem pensar, o medo de cometer o erro não leva ao perfeccionismo. O medo do erro tem um efeito paralisante. Muitas vezes torna medíocre a acção e pouco eficaz quem a desenvolve.
O erro é condição de aprendizagem, se considerado como integrando o processo experimental em consiste a nossa vida. Pelo erro posso alcançar a solução que procura, o conhecimento que não tinha, a coragem para prosseguir novas buscas.
O erro só se torna perigoso para a nossa formação e desenvolvimento pessoal, se o não sabemos identificar como tal, se persistimos tomando-o como verdade e coisa certa, colocando-o no lugar que só deve ser ocupado pelo saber comprovado através dos resultados concretos a que formos chegando.
Devemos estar atentos ao erro na condição de que o medo de o cometer não se torne num espartilho que diminui e desvaloriza a eficácia da acção que podemos e devemos desenvolver.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Responsabilidade dos outros nas nossas acções

“Quando um homem começa a responsabilizar os outros pelos seus fracassos, é bom que comece a fazer o mesmo pelos seus sucessos.”
Mark Twain (1835 – 1910)

Porque se não sei assumir a responsabilidade dos actos que cometo e que não são dignos de aplauso, ou não conduziram aos resultados desejados e esperados, se procuro alijar a culpa que nisso me cabe desculpando-me com a culpa que terão tido os outros ou porque me aconselharam mal, ou porque não ajudaram com o seu auxilio ou com o seu conselho, também me devo obrigar-me a fazê-los participar, em igual medida, nos meus sucessos que tiveram êxito. Porque em ambos os casos os outros estiveram presentes. Mesmo quando parece que realizei algo sozinho, nesses actos estiveram o apoio, a ajuda, o saber dos comigo se esforçaram, dos que me incentivaram, dos que me aconselharam e participaram na minha formação, tornando-me apto para fazer bem aquilo que realizei com sucesso.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Duvidar e saber

“A dúvida é o princípio da sabedoria”

Aristóteles (384 – 322 a. C.)

Simples, curta, luminosa, esta frase escrita há de dois mil anos por um dos fundadores da filosofia universal.
Só os imbecis e os que fazem das suas certezas uma atitude perante as coisas da vida, afirmam, propagam e defendem a validade indiscutível dos seus conhecimentos. Porque o homem avisado reconhece a relatividade de tudo o que sabe. Não porque esse saber possa ser ou não verdadeiro. Mas porque, mesmo sendo verdadeiro, ele está sempre em mudança crescente e essa é a condição basilar e o princípio fundamental que garante a aquisição progressiva do conhecimento.
Ai do que não coloca em dúvida aquilo que sabe, porque está a condenar-se, não à sabedoria mas à ignorância, pois que confia em improváveis absolutas e certezas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O perigo dos desesperados

"Aqueles que têm demasiada esperança e nada a perder são sempre muito perigosos."
Edmund Burke (1729-1797)
Porque a emulação da esperança os anima a grandes, por vezes ousadas acções. Porque a força da utopia os incita a tentarem o impossível. Porque a desesperada situação em que se encontram não lhes deixa alternativa - têm de procurar num futuro inserto a esperança, pois que as limitações do presente os deixam sem solução para os seus problemas.
Fazem mal os que, indiferentes à voz do bom-senso e aos conselhos avisados da prudência, respondem enterrando a cabeça na areia, tornando-se cegos, surdos e mudos à tensão que vai crescendo em seu redor. Não querendo ceder um pouco, acabam muitas vezes por pôr em risco tudo o que possuem.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Da importância da História

"Aqueles que não conseguem lembrar-se do passado estão condenados a repeti-lo"
George Santayana (1863-1952)
A História é a consciência crítica do passado e não apenas o seu mero relato ou descrição dos factos que ocorreram. Por isso a História deve ter um lugar muito importante na formação das novas gerações. A falta de cultura histórica torna os homens incapazes de realizarem projectos que conduzam ao progresso contínuo e ao desenvolvimento das sociedades.
O homem ignorante da História está desprovido da consciência que o impediria de repetir no presente os erros que já foram cometidos no passado. É por isso que se torna tão perigoso colocar o poder de decisão nas mãos dos que não têm o conhecimento necessário para evitarem a tendência para repetirem sempre os mesmos erros.
Quantos recursos são delapidados, quantos esforços estão condenados a serem inúteis, só porque o poder está nas mãos de quem não tem capacidade para decidir da forma mais conveniente para toda a sociedade.