quarta-feira, 16 de junho de 2010

Semana "LUÍS VAZ DE CAMÕES" (4)


Poeta português do século XVI que na esteira de outros épicos como Homero e Virgílio, alcançou projecção além-fronteiras com "Os Lusíadas" canto épico dos Descobrimentos, feito de projecção universal. O mesmo poema que, mal tratado por uma forma catastrófica de entender o ensino da língua portuguesa e a sua literatura, afastou as novas gerações da genialidade poética da sua obra. Para além de "Os Lusíadas", há também, com igual genialidade, a sua poesia lírica.

Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade,
Quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada
Saía, dando ao mundo claridade,
Viu apartar-se duma outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,
Que de uns e de outros olhos derivadas
Se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela ouviu as palavras magoadas
Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas.
 

Sem comentários: