Poeta português do século XVI que na esteira de outros épicos como Homero e Virgílio, alcançou projecção além-fronteiras com "Os Lusíadas" canto épico dos Descobrimentos, feito de projecção universal. O mesmo poema que, mal tratado por uma forma catastrófica de entender o ensino da língua portuguesa e a sua literatura, afastou as novas gerações da genialidade poética da sua obra. Para além de "Os Lusíadas", há também, com igual genialidade, a sua poesia lírica.
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está ligada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como um acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
O vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
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