sexta-feira, 18 de junho de 2010

Semana "LUÍS VAZ DE CAMÕES" (6)


Poeta português do século XVI que na esteira de outros épicos como Homero e Virgílio, alcançou projecção além-fronteiras com "Os Lusíadas" canto épico dos Descobrimentos, feito de projecção universal. O mesmo poema que, mal tratado por uma forma catastrófica de entender o ensino da língua portuguesa e a sua literatura, afastou as novas gerações da genialidade poética da sua obra. Para além de "Os Lusíadas", há também, com igual genialidade, a sua poesia lírica.

Alegres campos, verdes arvoredos,
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós os debuxais ao natural,
Discorrendo da altura dos rochedos;

Silvestres montes, ásperos penedos,
Compostos em concerto desigual,
Sabei que, sem licença de meu mal,
Já não podeis fazer meus olhos ledos.

E, pois me já não vedes como vistes,
Não me alegrem verduras deleitosas,
Nem águas que correndo alegres vêm.

Semearei em vós lembranças tristes,
Regando-vos com lágrimas saudosas,
E nascerão saudades de meu bem.

 

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