Escuta nas noites como se rasga a seda e ao chão cai sem ruido a chávena de chá como uma magia tu que só palavras doces tens para os mortos e um ramo de flores levas na mão para esperar a Morte que cai do seu corcel, ferida por um cavaleiro que a agarra com os seus lábios brilhantes e pelas noites chora pensando que o amavas, e diz sai ao jardim e contempla como caem as estrelas e falemos em sussurro para que ninguém nos escute vem, escuta-me falemos dos nossos objectos tenho uma rosa tatuada na face e um bastão com punho em forma de pato e dizem que chove por nós e que a neve é nossa e agora que o poema morre digo-te como uma criança, vem construí um diadema (sai ao jardim e verás como a noite nos envolve) Leopoldo María Panero Poemas do manicómio de Mondragón Alma Azul
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
À minha mãe (reivindicação de uma formosura)
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