Suavemente, na penumbra, uma mulher canta para mim; Fazendo-me voltar e descer o panorama dos anos, até que vejo uma criança sentada debaixo do piano, na explosão do prurido das cordas E pressionando os pequenos, suspensos pés de uma mãe que sorri enquanto ela canta. Apesar de mim, a insidiosa mestria da canção Atraiçoa-me fazendo-me voltar, até que o meu coração chora para pertencer Ao antigo entardecer dos domingos em casa, com o inverno lá fora E hinos na aconchegada sala de visitas, o tinido do piano o nosso guia. Por isso agora é em vão que a cantora irrompe em clamor Com o appassionato do grandioso piano negro. A magia Dos dias infantis está em mim, a minha masculinidade É desencorajada no fluxo da lembrança, choro como uma criança pelo passado. D.H. LAWRENCE Reino Unido (1885-1930) Tradução de Cecília Rego Pinheiro Rosa do Mundo 2001 Poemas para o Futuro Assírio & Alvim |
domingo, 15 de dezembro de 2013
PIANO
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