domingo, 1 de setembro de 2013

O ESTOICISMO DE EPICTECTO




Epicteto,  escravo romano e filósofo do início do séc. II, ao contrário de outros mestres da filosofia antiga,  focava a sua atenção em explicar como alguém se pode aplicar a viver de maneira prática segundo uma  atitude verdadeiramente filosófica. O seu Manual é um guia para o dia-a-dia que explica como alguém pode orientar  a sua existência  de um ponto de vista filosófico.
O tema fundamental desta curta obra, feita de aforismo e de frases curtas, é a de que uma pessoa deve esperar o que deve acontecer e desejar que tal aconteça. 
O seu objectivo central foi ensinar uma maneira sábia de viver, escapando ao sofrimento e às miseráveis contingências de uma vida que amarra os homens a uma existência cheia de tormentos e de infelicidade. No fundo, uma tentativa de responder à questão: Como viver uma vida plena, uma vida feliz? Como ser uma pessoa com boas qualidades morais? 
Responder a estas duas perguntas fundamentais foi a única paixão de Epicteto. Embora as suas obras sejam pouco conhecidas hoje, devido ao declínio do ensino da cultura clássica, tiveram enorme influência sobre as ideias dos principais pensadores da arte de viver durante quase dois mil anos.
Podemos mesmo afirmar que os homens orientam as suas existências segundo o princípio do prazer como afirmavam  os epicuristas ou segundo o principio do dever como pretendiam os estóicos. O principio básico destes consistia na renúncia à busca do prazer: sofre e abstêm-te para que não não sintas a dor que te provoca a ausência do prazer.  
Para Epicteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinónimos de uma atitude sábia perante a vida. Felicidade e realização pessoal são consequências naturais de atitudes corretas que só podem ser atingidas pela consciência plena sobre o real valor das coisas de que se compõe o nosso viver. 
Há no estoicismo uma maneira muita poética de fundamentar uma opção filosófica. Deles podemos dizer que "poetavam filosofando e filosofavam poetando".
 

Sem comentários: