Sois: os sons roucos, a espera vã, uma perdida imagem. O coração suspende o seu hálito e os lábios tremem sinto-vos, vindes ao rés da terra, como ventos baixos, poisais no peitoril. Sois muito antigos e jovens, da infância em que por vós chorava encostada a um rosto. Que saudade eu tenho, ó escuridão no poço, ó rastejar de víboras nos caniços, ó vespa que, como eu, degustaste o figo úbere. Depois, mundo maior foi a presença e a ausência, a alegria e as dores de outros que não eu. E um dia, no alto da catedral de Gaudí, chorei de horror da Queda, como os caídos anjos. Fiama Hassa Pais Brandão
terça-feira, 30 de julho de 2013
EPÍSTOLA PARA OS MEUS MEDOS
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