Nesta última tarde em que respiro A justa luz que nasce das palavras E no largo horizonte se dissipa Quantos segredos únicos, precisos, E que altiva promessa fica ardendo Na ausência interminável do teu rosto. Pois não posso dizer sequer que te amei nunca Senão em cada gesto e pensamento E dentro destes vagos vãos poemas; E já todos me ensinam em linguagem simples Que somos mera fábula, obscuramente Inventada na rima de um qualquer Cantor sem voz batendo no teclado; Desta falta de tempo, sorte, e jeito, Se faz noutro futuro o nosso encontro. António Franco Alexandre In Uma fábula Assírio & Alvim, Editores |
terça-feira, 23 de outubro de 2012
NESTA ÚLTIMA TARDE EM QUE RESPIRO
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