meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castel-Branco, viveu no século XV, foi fidalgo da corte de D. João II e desempenhou as funções de contador na cidade da Guarda. Dele são conhecidas esta sua trova recolhida no Cancioneiro Geral e uma carta em verso sobre questões de ordem social e moral. Será efectivamente pouco. Mas, a amostra que deixou é de facto genial. Que harmonia, que beleza, que rigor formal e que inspiração encontramos neste pequeno (grande) poema, dos mais belos que encontramos já no fecho do período medieval mas ainda na tradição trovadoresca do amor.
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