segunda-feira, 16 de junho de 2008

O ESPIRITO

Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impernanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me osfuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica, Não falto.


Natália Correia

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