Apalpa um violino com teus dentes. Corrige a corriqueira soma dos acordes. Medicamenta o mundo.Ó bruxo semanal com teus abutres, teu mocho dado à gula dos mistérios, quem paga esta consulta? quem sobe, arfando, os degraus da febre? Teu beijo muge a tua boca sangra o teu pescoço azul desponta no meu peito.A esta hora exacta os deuses parem em lugares recônditos. Seus ovos lentos crescem no coração dos tontos.Refreias toda a fala sustenida e os campos taciturnos nem se movem. Ó mago indolente entre os meus dedos.Cabrito pouco astuto em devaneios. Os animais famintos Com seu crespo ondular Percorrem-te os inventos, E nós, Os instrumentos. A rede musicada Das tuas mãos de merda. Armando Silva Carvalho "Os Ovos de Ouro"
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Apalpa um violino
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