quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MÚSICAS



Desculpo-me dos outros com o sono da minha filha.
E deito-me a seu lado, 
a cabeça em partilha de almofada.

Os sons dos outros lá fora em sinfonia
são violinos agudos bem tocados.
Eu é que me desfaço dos sons deles
e me trabalho noutros sons.

Bartók em relação ao resto.

A minha filha adormecida.
Subitamente sonho-a não em desencontro como eu 
das coisas e dos sons, orgulhoso 
e dorido Bartók.

Mas nunca como eles
bem tocada
por violinos certos.



Ana Luísa Amaral
Minha Senhora de Quê

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