A menina pó de arroz, Nascida à beira do mar Com o oceano nos olhos E com sorrisos de lua Nos seus lábios pequeninos Que nunca ninguém beijou, A menina pó de arroz, Com seus cabelos de cobre Onde o vento vem brincar, Assoma à sua janela P'ra ver a noite estrelada, Para ouvir os sons da noite, Para beber o luar. Para ter em suas mãos Macias, longas e brancas, A noite tépida e branda, A velha noite calada. A menina pó de arroz, Que por uma abreviatura Do seu nome arrevesado É chamada entre família Por um nome miudinho De marca de pó de arroz, Com seu corpinho de fada Que saiu de alguma fonte Que há pouco perdeu o encanto, Com a cabeça nas mãos, Enquanto na casa dormem, Veio pôr-se na janela Para que a noite a beijasse. A menina pó de atroz Estará enamorada? António Rebordão Navarro As Três Meninas e Outros Poemas Poemas (1952 - 1982) Imprensa Nacional Casa da Moeda |
domingo, 4 de novembro de 2012
A MENINA PÓ DE ARROZ
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