Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vértice vesano*,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes;
E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demónio que ruge e um deus que chora.
(Nota: * Vesano - insensato, delirante)
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vértice vesano*,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes;
E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demónio que ruge e um deus que chora.
(Nota: * Vesano - insensato, delirante)
Olavo Bilac
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