Por uma noite de outono
Lá n'essa nave sombria,
Hei-de contigo deitar-me,
Mulher branca e muda e fria!
Hei-de possuir na morte
O teu corpo de marfim,
Mulher que nunca me olhaste,
Que nunca pensaste em mim...
E quando, no fim do mundo,
A trombeta, além, se ouvir,
Apertar-te-ei mais ainda,
- Não te deixarei partir!
A tua boca formosa
Será sempre dos meus beijos;
E o teu corpo a minha pátria,
A pátria dos meus desejos.
António Botto, in 'Canções'
Lá n'essa nave sombria,
Hei-de contigo deitar-me,
Mulher branca e muda e fria!
Hei-de possuir na morte
O teu corpo de marfim,
Mulher que nunca me olhaste,
Que nunca pensaste em mim...
E quando, no fim do mundo,
A trombeta, além, se ouvir,
Apertar-te-ei mais ainda,
- Não te deixarei partir!
A tua boca formosa
Será sempre dos meus beijos;
E o teu corpo a minha pátria,
A pátria dos meus desejos.
António Botto, in 'Canções'
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