sábado, 13 de outubro de 2007

PERPLEXIDADE

Espectáculo por Campanhia de Dança Contemporânea. Uma aliciante proposta à partida.
Uma música melodicamente repetitiva. Quase minimalista. Soando alto até se tornar incómoda, obsessiva.
Um homem jovem, vestido por estranhos elementos, assumindo gestos de equívoca sexualidade.
Destravestiu-se, até quase à nudez, em longos minutos que pareceram infindos.
Depois, recomeçou em gestos lentos, lânguidos, a travestir nova personagem.
De novo a exasperante mudez do homem e a insuportável cadência da música.
Tudo isto, assim: desinteressante, incompreensível, inútil.
Como meia-hora pode ser um tempo tão dolorosamente longo!!!!!!!!
Alguns espectadores riam nervosamente. Outros, como eu, entediavam-se em silêncio.
Ao intervalo, boa parte debandou.
Foi a única forma inteligente e bem educada de expressarem o desagrado.

Certas propostas, presumidamente artísticas, põem-nos a pensar:

Onde acaba a Arte e começa o descaramento?!

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