quinta-feira, 27 de maio de 2010

Semana "MANUEL BANDEIRA" (V)

Manuel Bandeira nasceu no Recife no dia 19 de Abril de 1886, Em 1890 a família se transfere para o Rio de Janeiro e a seguir para Santos - SP e, novamente, para o Rio de Janeiro. Passando dois verões em Petrópolis. Em 1892 a família volta para Pernambuco e, mais uma vez se muda do Recife para o Rio de Janeiro, em 1896. Em 1903 a família se muda para São Paulo onde se matricula na Escola Politécnica. No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas actividades e volta para o Rio de Janeiro. Em busca de melhores climas para sua saúde, passa temporadas em diversas cidades. Escreve seus primeiros versos livres, em 1912. A fim de se tratar no Sanatório de Clavadel, na Suíça, embarca em Junho de 1913 para a Europa. Em virtude da eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, volta ao Brasil em Outubro. Inicia então, em 1922, a se corresponder com Mário de Andrade.  Em 1924 publica, às suas expensas, Poesias, que reúne A Cinza das Horas, Carnaval e um novo livro, O Ritmo Dissoluto. Colabora no "Mês Modernista", série de trabalhos de modernistas publicado pelo jornal A Noite, em 1925. Escreve crítica musical para a revista A Idéia Ilustrada. Escreve também sobre música para Ariel, de São Paulo. No dia 13 de Outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, morre o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.
 

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