segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Do trigo e do joio

Há searas onde campeia o joio
Onde a foice não entra por não darem pão
Só os rebanhos aproveitam porque apenas para pasto dão

Há terras onde a estupidez impera
Sufocando nelas qualquer lampejo de razão

Assim vives tu
Minha terra
Antes tão uber
Hoje tão estéril
Sufocada sob o mando espúrio que te condena à triste escuridão

domingo, 4 de janeiro de 2009

Eles

Enganas-te!

Atribuis-lhes opinião
E só os move a ambição

Neles nâo há "razão"
Apenas impulsos reles conduzem a sua acção

Vangloriam-se de astutos
Sendo impantes e estultos

Vão cegos na correria
Ignorando que são
"O cadáver adiado que procria"

( Com a devida vénia ao Fernando Pessoa)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Aqui - Agora

Nesta pequena pátria
Terra mártir de tanta estupidez
Me conforto
Na memória de tempos passados
E na esperança - tão adiada - do melhor que virá


Para os medíocres o passado não conta
Nem o futuro que não projectam
Só o presente
Apenas um presente mesquinho
Onde se repete a monotonia do seu existir tão limitado

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Muda o ano

Muda o ano
Mas muda a vida?

A vida, essa continua
Sem mudança
A mesma ânsia de que tudo mude.

Mas ganhamos a esperança
Em cada esperança de mudança
E nada muda.