terça-feira, 6 de abril de 2010

Semana "RUY BELO" (II)


Poeta e ensaísta português, natural de São João da Ribeira, Rio Maior, nasceu em 1933 e faleceu em 1978. Licenciado em Filologia Românica e em Direito pela Universidade de Lisboa, tornou-se membro da Opus Dei e obteve o grau de doutor em Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma, com uma tese intitulada «Ficção Literária e Censura Eclesiástica».
O seu relacionamento com opositores ao regime da época, a participação na greve académica de 1962 e a sua candidatura a deputado, em 1969, pelas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, levaram a que as suas actividades fossem vigiadas e condicionadas. Foi-lhe recusada a possibilidade de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa, dando aulas na Escola Técnica do Cacém, no ensino nocturno. Apesar do curto período de actividade literária, Ruy Belo tornou-se um dos maiores poetas portugueses da segunda metade deste século, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes. Em 1991 foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada. 

Eu canto os amores e a morte a apoteose e a sorte
Dessa que tão horizontal em pedra jaz e esse Pedro neto desse
trovador de quem se diz
Que sem pré Dom Dinis fez o que quis
O círculo amoroso cerca a sociedade
Mas por fim a cidade é vencedora do amor
E há sempre serenidade na cidade
Na igreja abacial de Santa Maria de Alcobaça
Os que em vida se amaram para sempre se juntaram
No cruzeiro de pedra onde em quarenta e seis edículas se narra
A história desse amor às vezes alegria quase sempre dor
Amor pétreo de Pedro que prepara Inês esse alvo leito
em pedra
 


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