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domingo, 21 de junho de 2009

Do valor do disparate

Afirma com energia o disparate que quiseres, e acabarás por encontrar quem acredite em ti

Vergílio Ferreira (1916-1996)

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Esta afirmação é dita por confirmação de uma realidade. De facto, se há muitos sempre dispostos a afirmarem-se e atingirem o que desejam sem olharem aos meios, há também sempre outros tantos dispostos a acreditarem nos disparates que lhes impingem por mais absurdos que eles sejam. Principalmente neste tempo em que o disparate campeia e em que dominam os que já nem sabem em que consiste dizer a verdade.

Tantos e tão poderosos são os oportunistas, tantos são os tolos que os sustentam, que os homens de carácter quase têm de viver dissimulados numa semi-clandestinidade.

Que tempos estes e que estranhos costumes se instalaram na nossa sociedade.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

"Politeia" e Política

A política é talvez a única profissão para a qual se pensa que não é precisa nenhuma preparação
Robert-Louis Stevenson (1850-1894)

A política nasceu concebida como uma missão dos cidadãos que assumiam o encargo de contribuir para a boa gestão das suas comunidades. Assim foi no tempo em que, na Grécia Antiga, a Polis era o modelo de Estado onde se ensaiaram as primeiras experiências de governo em democracia. Se política teve como primeiro significado ser o governo da Polis (Politeia), democracia (democratia) significava o governo pelo Demos, ou seja, o povo.
Depois vieram os primeiros que fizeram da política uma profissão. Porque na sua acção já nada havia de missão, estes foram denominados de demagogos, os que enganam, ou iludem o povo pela arte do discurso.
Transformando a missão de servir o povo na arte de se servirem do povo, estes demagogos mataram a Polis, acabaram com a política no seu sentido original e provocaram a decadência e o fim de uma das mais cultas e humanizadas civilizações que já existiram à face da Terra: a Civilização Helénica.
Hoje chamamos política a uma coisa que nada tem a ver com o governo democrático de Atenas, cidade farol da civilização antiga dos gregos.

domingo, 14 de junho de 2009

O Homem e a Natureza

"O sofrimento é a lei de ferro da natureza"

Eurípides (480 - 406 a. C.)


Eurípides que viveu na cidade de Atenas, na Grécia Antiga, há mais de mil e quinhentos anos, não podia sequer imaginar que o homem, guiado pela sua desmedida ambição, mais do que pela necessidade de garantir o seu bem-estar e sobrevivência, inverteria completamente o sentido da frase que ele escreveu numa das suas geniais tragédias.

Sim, porque o que hoje acontece é que o homem sujeita a natureza a sofrer tais atentados ao seu equilíbrio, impõe-lhe tais alterações através do poder que criou com o seu conhecimento desumanizado das coisas, que existe mesmo o perigo real de poder ser a sobrevivência da natureza que venha a estar ameaçada, pondo em risco a vida do próprio homem.

Assim, hoje, são as leis de ferro que o homem impõe que causam o sofrimento da natureza.