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sábado, 12 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (VII)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor.


JÁ BOCAGE NÃO SOU!... 
 
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
 
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
 
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
 
Outro Aretino fui... A santidade manchei! ... 
Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (VI)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor. 

«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores;
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.
«Mísero esposo,
Desata o pranto,
Que o teu encanto
Já não é teu.
«Sua alma pura
Nos Céus se encerra;
Triste da Terra,
Porque a perdeu.
«Contra a cruenta
Raiva íerina,
Face divina
Não lhe valeu.
«Tem roto o seio
Tesoiro oculto,
Bárbaro insulto
Se lhe atreveu.
«De dor e espanto
No carro de oiro
O Númen loiro
Desfaleceu.
«Aves sinistras
Aqui piaram
Lobos uivaram,
O chão tremeu.
«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.»
 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (V)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor.
 
DESEJO AMANTE
 
Elmano, de teus mimos anelante,
Elmano em te admirar, meu bem, não erra;
Incomparáveis dons tua alma encerra,
Ornam mil perfeições o teu semblante:
 
Granjeias sem vontade a cada instante
Claros triunfos na amorosa guerra:
Tesouro que do Céu vieste à Terra,
Não precisas dos olhos de um amante.
 
Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse
Cumprir meu gosto! Se em altar sublime
Os incensos de Jove a Lília desse!
 
Folgara o coração quanto se oprime;
E a Razão, que os excessos aborrece,
Notando a causa, revelara o crime.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (IV)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor.
 
INVOCAÇÃO À NOITE
 
Ó deusa, que proteges dos amantes
O destro furto, o crime deleitoso,
Abafa com teu manto pavoroso
Os importantes astros vigilantes:
 
Quero adoçar meus lábios anelantes
No seio de Ritália melindroso;
Estorva que os maus olhos do invejoso
Turbem d'amor os sôfregos instantes:
 
Tétis formosa, tal encanto inspire
Ao namorado Sol teu níveo rosto,
Que nunca de teus braços se retire!
 
Tarda ao menos o carro à Noite oposto,
Até que eu desfaleça, até que expire
Nas ternas ânsias, no inefável gosto.
 

terça-feira, 8 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (III)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor.
 
EM LOUVOR DO GRANDE CAMÕES
 
Sobre os contrários o terror e a morte
Dardeje embora Aquiles denodado,
Ou no rápido carro ensanguentado
Leve arrastos sem vida o Teuco forte:
 
Embora o bravo Macedónio corte
Co’a fulminante espada o nó fadado,
Que eu de mais nobre estímulo tocado,
Nem lhe amo a glória, nem lhe invejo a sorte:
 
Invejo-te, Camões, o nome honroso;
Da mente criadora o sacro lume,
Que exprime as fúrias de Lieu raivoso:
 
Os ais de Inês, de Vénus o queixume,
As pragas do gigante proceloso,
O céu de Amor, o inferno do Ciúme.
 
 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (II)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor.
Ó TU, CONSOLADOR DOS MALFADADOS
 
Ó tu, consolador dos malfadados,
Ó tu, benigno dom da mão divina,
Das mágoas saborosa medicina,
Tranquilo esquecimento dos cuidados:
 
Aos olhos meus, de prantear cansados,
Cansados de velar, teu voo inclina;
E vós, sonhos d'amor, trazei-me Alcina,
Dai-me a doce visão de seus agrados:
 
Filha das trevas, frouxa sonolência,
Dos gostos entre o férvido transporte
Quanto me foi suave a tua ausência!
 
Ah!, findou para mim tão leda sorte;
Agora é só feliz minha existência
No mudo estado, que arremeda a morte.
 

domingo, 6 de junho de 2010

Semana "José Maria Barbosa du Bocage" (I)


Nascido em Setúbal às três horas da tarde de 15 de Setembro de 1765 , falecido em Lisboa na manhã de 21 de Dezembro de 1805, era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, cujo pai era francês. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso, quando ele tinha seis anos e permaneceu na cadeia seis anos. A sua mãe faleceu quando tinha dez anos. Assentou praça, foi admitido na Escola da Marinha Real, onde fez estudos regulares para guarda-marinha. Nessa altura, já a sua fama de poeta e versejador corria por Lisboa. Mas, dele o que ficou na memória popular, foi a vida de boémia desregrada a que se entregou e que deu origem a um vasto anedotário.
Andou embarcado como oficial de marinha para a Índia, na nau “Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena”, que chegou ao Rio de Janeiro. Depois, seguiu-se a época da sua maior produção literária. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. O Intendente da Polícia Pina Manique decidira pôr ordem na cidade, tendo em 7 de Agosto de 1797 dado ordem de prisão a Bocage por ser “desordenado nos costumes”. Foi preso no Limoeiro, tendo depois dado entrada no calabouço da Inquisição, no Rossio, onde ficou até 17 de Fevereiro de 1798. Durante este longo período de detenção, Bocage mudou o seu comportamento e começou a trabalhar seriamente como redactor e tradutor. 
O SUSPIRO
 
Voai, brandos meninos tentadores,
Filhos de Vénus, deuses da ternura,
Adoçai-me a saudade amarga e dura,
Levai-me este suspiro aos meus amores:
 
Dizei-lhe que nasceu dos dissabores
Que influi nos corações a formosura;
Dizei-lhe que é penhor da fé mais pura,
Porção do mais leal dos amadores:
 
Se o fado para mim sempre mesquinho,
A outro of'erece o bem de que me afasta,
E em ais lhe envia Ulina o seu carinho:
 
Quando um deles soltar na esfera vasta,
Trazei-o a mim, torcendo-lhe o caminho;
Eu sou tão infeliz, que isso me basta.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

BOCAGE

RETRATO PRÓPRIO

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.